Junho: Meio Ambiente
- Nathaly Sampaio
- 11 de jun. de 2015
- 2 min de leitura

O tema do meio-ambiente está em pauta de maneira muito forte na discussão pública a nível global. Nações com alto grau de industrialização, como China e EUA, são responsáveis por jogarem uma quantidade massiva de poluentes na atmosfera. Entretanto, além das constituições e legislações peculiares de cada nação em relação ao meio ambiente, vemos importantes passos de qualidade em direção ao diálogo internacional na luta contra a degradação ecológica. Seria impossível pensar em sustentabilidade no mundo globalizado de hoje sem uma parceria a nível global, e também seria muita ingenuidade pensar que uma ação de grande impacto ambiental em um determinado lugar do planeta não traria efeitos desastrosos a médio ou longo prazo para o todo planetário. No Brasil temos uma legislação chamada Lei de Crimes Ambientais, ou Lei da Natureza (Lei N.º 9.605 de 13 de fevereiro de 1998), e nela temos especificado seis tipos diferentes de crimes ambientais.
Na filosofia, podemos encontrar um autor que previu a necessidade de se construir uma ética que levasse em conta o todo, e não apenas o homem como centro da reflexão moral. Ele se chama Hans Jonas. A grande obra de Hans Jonas, publicada em 1979, chama-se “O Princípio Responsabilidade: ensaio para uma ética da civilização tecnológica”. De modo geral, Jonas almeja, e parece-me que é bem sucedido em sua proposta, elaborar ao longo do seu livro uma teoria ética capaz de dar conta dos problemas atuais que desembocarão em um futuro distópico para toda a raça humana. Esses problemas atuais irrompem a partir do progresso tecnológico, o qual possibilita ao homem degradar em uma alta intensidade predatória o mundo natural com todas as suas reservas biológicas e químicas.
Ao fazer uma detalhada análise de teorias éticas clássicas e modernas logo no início de seu livro “O Princípio Responsabilidade”, Jonas acentua que mesmo cada uma delas tendo o seu valor intrínseco enquanto produto intelectual que se preocupa com as ações humanas em um âmbito presente, ainda assim elas são teorias éticas insuficientes, porque não dão conta de uma situação contemporânea que é um fruto advindo da técnica atual – a destruição do planeta que ameaça a existência das futuras gerações. Com o desenvolvimento tecnológico do homem contemporâneo, defende Hans Jonas, nasce à responsabilidade de cuidar do meio ambiente, o qual por sua vez permite que as futuras gerações possam subsistir no futuro.
O meio ambiente não é apenas um lugar onde habitam os seres vivos, mas ele também possui propriedades essenciais que devem ser cuidadas e preservadas para todos aqueles que aqui habitam e para todos aqueles que aqui habitarão.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
JONAS, Hans. Princípio da responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: PUC - Rio, 2006.
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