Maio: Mês da mulher.

JOHN STUART MILL E A SUJEIÇÃO DAS MULHERES

Stuart Mill (1806-1873) foi um filósofo Inglês, estudou sob o auxílio do pai que exerceu a função de ser seu mentor. Aos Dezessete anos passa um período na França hospedado na casa de Samuel Bentham. Em 1836 trabalhou com o pai na East India Company. Passa alguns meses em Avignon, França onde foi eleito membro do Parlamento em Westminster. Publica em 1869 a obra Sujeição das mulheres que consiste em um ensaio no qual, pretende clarificar os fundamentos e princípios das relações entre os sexos. É interessante destacar que Mill faz uma analogia acerca da sujeição da mulher em relação aos homens comparando esta relação como uma forma de escravidão. Mill vê no costume a implicação da sujeição consensual do gênero oprimido pelo gênero opressor. (OLIVEIRA, 2013, p. 494). “Considerando a sujeição das mulheres aos homens um costume universal, qualquer divergência deste ponto de vista parece naturalmente ser incomum. Porém, quão inteiramente, mesmo neste caso, o sentimento depende do costume e, é evidenciado pela ampla experiência” (MILL, 2006, p. 28).Além disso, Mill ressalta outro aspecto da sujeição das mulheres, afirma que os homens desejam encontrar uma mulher que seja uma escrava, porém, não conquistada a força, mas, sobretudo, que seja uma escrava voluntária. As mulheres são educadas desde muito cedo sob a ideia de que deve viver para os outros. “Excelente método de influência sobre as mentes das mulheres, um instinto de egoísmo fez com que os homens tirassem o máximo proveito disso como meio de manter as mulheres em estado de sujeição, fazendo-as imaginar que a mansidão, a submissão e a resignação de todos os desejos individuais deveriam ser colocados nas mãos de um homem” (MILL, 2006 p.33).Olympe de Gouges também conhecida como Marie Gouze (1748-1793) foi uma filósofa francesa do século XVIII, e autora proponente da Déclaration des droit de la femme et de la citoyene. Em 1791 dois anos após o advento da revolução francesa de 1789, Gouges foi um ativista política que redigiu a então Declaração dos direitos da mulher e da cidadã em homenagem a Maria Antonieta. O declaração produzida por Gouges contém 17 artigos, e foi encaminhado à Assembleia Nacional da França. Contudo, sua declaração não foi aprovada e Olympe de Gouges foi condenada a guilhotina em 1793. Mill acredita que a limitação das mulheres para atuarem em outras áreas é preservada para manter sua subordinação. No âmbito público ninguém acredita no potencial feminino. Mill questiona “Existe um excesso tão grande de homens adequados para as funções importantes, que a sociedade tem condições de rejeitar o serviço de qualquer pessoa competente? Estamos tão certos de sempre encontrar um homem por perto para qualquer ocupação ou função de importância social que esteja desocupada, O que Stuart Mill intenta é propor uma substituição por um princípio de igualdade perfeita. A subordinação é um obstáculo para o desenvolvimento humano. Mill também defendeu direito de compartilhar a escolha referente as pessoas que irão cumprir um cargo público. “Sob quaisquer condições e dentro de quaisquer limites, os homens são aceitos para o sufrágio, portanto, não há nenhum obstáculo que possa justificar a não aceitação da mulher sob as mesmas condições.” (MILL, 2006 p78).

REFERÊNCIAS

MILL, Stuart. A sujeição das mulheres. Editora escala. São Paulo,2006

OLIVEIRA,Maria Aparecida Souza. Sujeição, costume e sentimento como

manutenção da servidão feminina. Stuart Mill e a sujeição das mulheres.

Sapere Aude – Belo Horizonte, v.4 - n.7, p.494-500 – 1º sem. 2013. 494

ASSMANN, Selvino José. Declaração dos direitos da mulher e da cidadã. Revista

internacional Interdisciplinar Interthesis.v.4 nº1 Florianópolis. Jan/jun 2007.

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